Rui e Faura, guardiões da Mata Atlântica e anfitriões no Airbnb

A história do casal Rui e Faura começa, curiosamente, com um aluguel de curta temporada não muito distante de onde residem e compartilham suas casas hoje. No final dos anos 80, Faura estava viajando pela Bahia com uma amiga e precisava passar alguns dias na região de Morro de São Paulo. Naquela época, a oferta de hospedagem na região era limitada, e Rui, graças à estrutura que havia montado em sua casa, acabou recebendo Faura e sua amiga.

O encontro foi passageiro, mas determinante. Quando se reencontraram, poucos anos depois, decidiram começar uma vida juntos. Faura é mineira, Rui baiano, e ambos procuravam um lugar que oferecesse acesso tanto às montanhas quanto ao mar. 

No início do relacionamento, Rui foi para Serra Grande (BA) a trabalho ajudar na construção de uma estrada para minimizar o impacto ambiental na região. Foi lá mesmo que o casal encontrou o terreno ideal, e desde então, dedicam mais de duas décadas à construção das acomodações do Refúgio e à preservação do santuário ecológico de Serra Grande.

“​​Rui tem um grande amor pela natureza, pela Mata Atlântica. Ele não é guardião só dessa área de proteção ambiental particular, mas de toda a região”, conta Faura.

Atualmente, o terreno abriga diversas cabanas com experiências únicas. A Torre do Mirante, uma cabana com acesso direto ao mirante do refúgio, permite aos hóspedes contemplar toda a extensão do litoral sul baiano.

A Cabana Geodésica, localizada a 80 metros acima do nível do mar, é uma verdadeira casa na árvore. A estrutura combina uma variedade de materiais locais e permite que os visitantes despertem ao som dos cantos das aves da região.

Já a Cabana de Madeira possui três varandas, uma biblioteca e, o mais importante, segundo eles: um amplo espaço para cozinhar. A paixão de Rui e Faura pela culinária local se reflete na oportunidade que oferecem aos hóspedes de aprender a preparar pratos típicos, como a moqueca feita com azeite de dendê e o chocolate artesanal, que impulsiona a economia local.

“Esse lugar não funciona só com a gente. Conhecemos várias pessoas que vivem aqui e que, de certa forma, cooperam para que essa experiência aconteça. A exemplo do Duduga, que fez essas construções com a gente, e que tem um talento incrível; do Wanderson, que pesca e traz alimento pra gente, mas também oferece a experiência de sair ao mar de jangada. A gente não vai conseguir conservar essa natureza se as pessoas não estiverem felizes, trabalhando, e realizadas profissionalmente. Investimos muito porque entendemos que é assim que o lugar vai ficar ainda melhor. Não é com quem está chegando de fora, mas é valorizando quem já estava aqui e a cultura que já existia antes de nós”, acredita Faura.

Juntamente com a rede de artesãos, pescadores, marceneiros e outros trabalhadores da região, Rui e Faura desempenham um papel importante na criação de um ecossistema de turismo sustentável em Serra Grande, investindo em gastronomia, artesanato, educação e planejamento urbano. 

Com essa base sólida formada, Rui e Faura perceberam que o Airbnb era a plataforma perfeita para anunciar suas acomodações e receber hóspedes em Serra Grande, da maneira como eles acham que faz sentido: uma estadia artesanal e humanizado, que consegue ser tanto sobre a experiência, quanto sobre a acomodação. O verdadeiro ecoturismo, sem tirar nem pôr.

Ao entardecer em Serra Grande, uma das atividades mais comuns que Rui realiza com os hóspedes é montar a fogueira. Na maioria das vezes, são as crianças que se mostram mais atentas e entusiasmadas com a atividade.

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